
handle: 10316/119782
O carcinoma espinhocelular cutâneo (CECC) é uma neoplasia maligna cutânea comum. A sua incidência tem vindo a aumentar e prevê-se a manutenção desta tendência.A terapêutica do CECC engloba diversas metodologias. De acordo com diversas orientações terapêuticas atuais, a primeira linha terapêutica consiste em terapêutica cirúrgica. Outras terapêuticas, como por exemplo, radioterapia e imunoterapia, individualmente ou em conjunção, podem ser consideradas, principalmente, na terapêutica do CECC avançado.A cirurgia micrográfica de Mohs (CMM) é uma técnica cirúrgica particular e promissora, especialmente no contexto da cirurgia onco-dermatológica, sendo atualmente empregue na terapêutica de diversas neoplasias cutâneas. Esta requer avaliação de margem tumoral (lateral e profunda) realizada intraoperatoriamente, ou seja, previamente ao encerramento definitivo do defeito cirúrgico, permitindo reexcisões sucessivas, caso necessário, e obtenção de resseção total (R0). Esta técnica permite uma melhor gestão clínico-anátomo-patológica, em particular, por proporcionar a redução do defeito cirúrgico e, consequentemente, a preservação de tecido saudável.A sua utilização na terapêutica do CECC não apresenta o melhor nível de evidência científica (ausência de estudos experimentais), no entanto, o seu valor parece consensual entre peritos. Estudos analíticos de revisão sistemática referem maior taxa de resseção total, menor taxa de recorrência, maior taxa de cura e maior satisfação.Na terapêutica do carcinoma espinhocelular cutâneo invasivo (CECCI):- Sempre de acordo com a opinião/preferência do doente;- Na ausência limitações quanto a formação profissional e proficiência técnica, material, custo e disponibilidade/tempo operatório;Recomenda-se a utilização de cirurgia micrográfica (CM) nas seguintes situações:- CECCI de baixo risco em localizações anatómicas nas quais é essencial a preservação de tecido cutâneo por questões estéticas e/ou funcionais;- CECCI de alto risco;- CECCI de muito alto risco.No entanto, recomendações terapêuticas distintas estabelecem fatores de risco distintos e, consequentemente, espetros de utilização distintos para esta técnica.Globalmente, as distintas orientações terapêuticas reúnem as seguintes situações:- Doentes com: imunossupressão e/ou doenças genéticas/hereditárias que conferem risco acrescido de neoplasias cutâneas;- Lesões com alguma das seguintes características: dimensão ≥2 cm, espessura ≥2 mm, invasão linfovascular, nervosa e/ou óssea, rápida progressão, associação a inflamação cutânea crónica, grau de diferenciação: pouco diferenciado ou indiferenciado, subtipo histológico: acantolítico, carcinosarcomatoso, adenoscamoso e desmoplásico, recorrência, resseção não total prévia e localização: face central, olho, têmpora, nariz, lábio, mento, orelha, região peri-auricular, mão, pé, região ungueal, mamilo e região ano-genital.Em suma, a CMM deve ser equacionada na terapêutica do CECC, devendo ser tidos em consideração os seguintes fatores: complexidade/severidade da lesão, formação profissional e proficiência técnica, material, custo, disponibilidade/tempo operatório e opinião/preferência do doente.
Cutaneous squamous cell carcinoma (cSCC) is a common cutaneous malignant tumour. In recent years, its incidence has increased, and it is expected to continue to.cSCC therapy encompasses several methodologies. According to several current therapeutic guidelines, the first line of treatment consists of surgical therapy. Other therapies, such as radiotherapy and immunotherapy, individually or combined, may be considered, especially in therapy of advanced cSCC.Mohs micrographic surgery (MMS) is a particular and promising surgical technique, especially in the context of oncodermatological surgery, and is currently used in the treatment of several cutaneous tumours. MMS requires assessment of (lateral and deep) tumor margin intraoperatively, that is, prior to definitive closure of surgical defect, allowing for successive re-excisions (if necessary) and total resection (R0). This technique allows for better clinical-anatomical-pathological assessment, in particular by reducing surgical defect and, consequently, preserving healthy tissue.Its use in cSCC therapy does not present the best level of scientific evidence (absence of experimental studies), however, its value seems to be consensual among experts. Systematic reviews report a higher total resection rate, lower recurrence rate, higher cure rate and greater satisfaction overall.In the therapy of invasive cSCC:- Always according to the patient's opinion/preference;- In the absence of limitations regarding technical proficiency, material, cost and operative time;The use of micrographic surgery (MC) is recommended in the following situations:- Low-risk invasive cSCC located on anatomical regions where the preservation of skin tissue is essential for aesthetic and/or functional reasons;- High risk invasive cSCC;- Very high risk invasive cSCC.However, different therapeutic recommendations establish different risk factors and, consequently, different spectrums of use for this technique.Overall, the different guidelines cover the following situations:- Patients with: immunosuppression and/or genetic/hereditary diseases that confer an increased risk of skin tumours;- Lesions with any of the following characteristics: dimension ≥2 cm, thickness ≥2 mm, lymphovascular, nerve and/or bone invasion, rapid progression, association with chronic skin inflammation, degree of differentiation: poorly differentiated or undifferentiated, histological subtype: acantholytic, carcinosarcomatous, adenosquamous and desmoplastic, recurrence, previous non-total resection and location: central face, eye, temple, nose, lip, chin, ear, peri-auricular region, hand, foot, nail region, nipple and anogenital region.In summary, MMS should be considered in the therapy of cSCC, and the following factors should be taken into consideration: complexity/severity of the lesion, technical proficiency, material, cost, operative time, and patient opinion/preference.
Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina
Carcinoma Espinhocelular Cutâneo, Cirurgia Micrográfica, Invasive Cutaneous Squamous Cell Carcinoma, Cancro Cutâneo Não-Melanoma, Micrographic Surgery, Carcinoma Espinhocelular Cutâneo Invasivo, Cutaneous Squamous Cell Carcinoma, Non-Melanoma Skin Cancer, Cirurgia Micrográfica de Mohs, Mohs Micrographic Surgery
Carcinoma Espinhocelular Cutâneo, Cirurgia Micrográfica, Invasive Cutaneous Squamous Cell Carcinoma, Cancro Cutâneo Não-Melanoma, Micrographic Surgery, Carcinoma Espinhocelular Cutâneo Invasivo, Cutaneous Squamous Cell Carcinoma, Non-Melanoma Skin Cancer, Cirurgia Micrográfica de Mohs, Mohs Micrographic Surgery
| citations This is an alternative to the "Influence" indicator, which also reflects the overall/total impact of an article in the research community at large, based on the underlying citation network (diachronically). | 0 | |
| popularity This indicator reflects the "current" impact/attention (the "hype") of an article in the research community at large, based on the underlying citation network. | Average | |
| influence This indicator reflects the overall/total impact of an article in the research community at large, based on the underlying citation network (diachronically). | Average | |
| impulse This indicator reflects the initial momentum of an article directly after its publication, based on the underlying citation network. | Average |
