Por meio das relações que as pessoas estabelecem com seus espaços, a cidade vai se revelando, nos vestígios de ocupações, usos e “marcas” deixadas em diversos locais pelas ruas. Ao observar a cidade, há tempos, as ações das pessoas que se apropriam visualmente das ruas, recolho imagens por meio de fotografias captadas por dispositivo móvel – aparelho celular. Como espectadora da cidade, caminhar por ela faz parte do meu cotidiano e, como passante, interesso-me em fotografar todo tipo de registro visual. Suponho que tais registros visuais, feitos na cidade, trazem em si elementos que podem contribuir na minha prática como artistaprofessora- pesquisadora. Especialmente como professora de desenho, desenhista, percebo o desenho feito no contexto urbano, em meio às insurgências da cidade, como expressão de uma autonomia plena, destinado à visibilidade. Ao caminhar pela cidade, surgem alguns questionamentos: como problematizar a experiência do meu olhar diante das imagens que permeiam o meu cotidiano? Como são incorporadas as técnicas e os aspectos próprios da imagem, permeados pelos efeitos visuais, comunicativos e simbólicos no contexto contemporâneo das cidades? Diante da profusão visual observada e fotografada pela cidade e de tantos incômodos e questionamentos feitos, a partir desses, o objetivo desta pesquisa é explorar “imagens” extraídas das paisagens metamórficas da cidade de Belo Horizonte, discutindo as narrativas, presentes no espaço público urbano. Assim, do ponto de vista do campo de investigação, esta pesquisa é qualitativa ou naturalista, como preferem alguns autores, e a coleta de dados fez-se por meio das imagens fotografadas no campo empírico. O modo interativo da produção do material visual constituiu-se por meio de uma investigação iconográfica, pelas ruas da cidade de Belo Horizonte/MG, com a intenção de captar a dimensão subjetiva do fenômeno urbano observado, ou seja, do ato de se apropriar da cidade como suporte para produzir registros visuais diversos. O referencial teórico que contribuiu para definir o conceito de Imagem e fundamentar a análise das imagens coletadas constituiu-se pelos autores Joly (1986) e Mondzain (2015); de Territorialidade, Sá (2013); de Temporalidade, Sousa Júnior (2019) e Brissac Peixoto (2004); e de Identidade, Rancière (2017) e Hall (2006), entre outros. Through the relationships people establish with their environment, the city reveals itself by the traces of occupation, uses and "marks" left in several places throughout the street. By observing the city since long and the actions of those people who visually appropriate of the streets, I collect images through photographies captured by a mobile. As a city spectator, walking through it is part of my day-to-day routine and as a passer-by I’m interested in photographing every kind of visual record. I suppose that such visual records made in the city, bring with them elements that can contribute on my activity as a teacher, as an artist and as a researcher. Mainly as an Art Professor, and designer, I notice the drawings made within an urban context, alongside with the city's insurgencies, as an expression of total autonomy, destined to visibility. As I walk through the city, some questioning can be made: how to problematize the experience of my sight facing the images that permeate me on a daily basis? How are incorporated the technics and the very aspects of imaging, spread through the visual, communicational and symbolical features on the contemporary context of the cities? The aim of this research is to explore the “images” collected from the metaphorical landscapes from the city of Belo Horizonte, discussing the narratives present in the public urban space. Thus, from the investigation field point of view, this research is qualitative or naturalistic, as some authors prefer, and data collection was done through the images photographed in the empirical field. The interactive mode of visual material production was made through an iconographic investigation, through the streets of the city of Belo Horizonte/MG, aiming to capture the subjective dimension of the urban phenomenon observed, that is, the act of appropriating the city as support for producing diverse visual records. The theoretical framework that contributed for defining the concept of Image and substantiate the analysis of the collected images was constituted by the authors, Joly (1986) and Mondzain (2015); on Territoriality, Sá (2013); on Temporality, Sousa Júnior (2019) and Brissac Peixoto (2004); and on Identity, Rancière (2017) and Hall (2006) and others.