As preocupações com a evasão discente no ensino superior brasileiro são anteriores à pandemia e há indícios que houve agravamento com as medidas sanitárias adotadas e demais dificuldades inerentes à prevenção do COVID-19. Verifica-se que nos idos dos anos 1990, mais precisamente em 1995, constitui-se a primeira comissão no âmbito da Secretaria de Educação Superior (SESU/MEC) para tratar do tema. Desde então, discute-se não apenas o conceito de evasão discente que não pode ser simplificadamente conceituada como a simples desistência e/ou desligamento do aluno, mas carece de análises mais aprofundadas no sentido de identificação das causas, bem como discute-se, neste interim, a formulação de indicadores de que fato representem as dimensões e elementos, dentro da pluralidade e multidimensionalidade próprias de cada uma das áreas do ensino superior. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo discutir as repercussões causadas pela pandemia do COVID-19 nos indicadores de evasão discente das universidades públicas do Estado do Paraná. A metodologia é caracterizada como abordagem exploratória de caráter qualitativo, refletindo criticamente sobre o problema. A população é composta pelas sete universidades públicas estaduais do Paraná: Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) e Universidade Estadual do Paraná (Unespar) e os dados levantados restringem-se ao campo de conhecimento de ciências sociais e aplicadas. As questões são inúmeras e busca-se respostas para aspectos como: de fato houve aumento do número de desligamentos nos cursos afetos ao setor? Evasão discente abarca quais situações nas instituições pesquisadas (abandono, jubilamento, cancelamento de matricula, transferência interna, transferência externa, falecimento, outras)? Qual a representatividade de trancamentos temporários? Quais as causas apontadas pelos discentes para o desligamento? As relações matrículas, ingressantes e concluintes mantém-se ou apresentam alterações significativas? As fórmulas utilizadas para a mensuração da evasão contemplam as especificidades próprias do campo de saber e abarcam as situações excepcionais advindas com a pandemia como, por exemplo, ensino remoto? Desta forma, tem-se o bojo de discussões formatado que abrange não apenas o conceito de evasão e o estudo dos indicadores, mas sobretudo as significações que as medidas emergenciais acarretaram na evasão discente. Dada a atualidade e relevância do tema, bem como falta de pesquisas similares, inclusive no âmbito do MEC, verificam-se iniciativas individualizadas, realizadas pelas próprias IES, onde faz-se o levantamento dos quantitativos e respectivos cálculos. No entanto, análises mais aprofundadas carecem de mais subsídios de dados e informações. Pesquisa similar realizada no âmbito das universidades privadas e divulgada pelo SEMESP, no ano de 2022, apresentam aumento na taxa de evasão que tende a repetir-se nas instituições públicas do Estado do Paraná.