Introdução: Com vista a uma abordagem da Enfermagem médico-cirúrgica mais qualificada regem-se cuidados consolidados na evidência científica e na partilha de conhecimentos visando uma máxima eficiência através do desenvolvimento de capacidades éticas, humanas, técnicas e científicas adquiríveis na realização de estágios em contexto de urgência e cuidados intensivos. Objetivo: Espelhar o processo de aquisição e desenvolvimento de competências em Enfermagem Médico-Cirúrgica. Métodos: Este trabalho foi estruturado em duas partes: Parte I, onde foi realizado o mapeamento das competências comuns e específicas de enfermagem médico-cirúrgica, adquiridas nos estágios supramencionados bem como as atividades desenvolvidas para cada uma em cada contexto; e Parte II onde procedeu-se à explanação, em formato de artigo, do estudo primário – Cuidados Enfermagem Forense em Portugal – com o objetivo avaliar os conhecimentos e as práticas dos enfermeiros portugueses sobre enfermagem forense. Resultados: Os estágios realizados nos diversos contextos permitiram-me desenvolver diversas competências de enfermagem médico-cirúrgica de forma a consolidar e complementar os conhecimentos desenvolvidos anteriormente ao longo do Curso de Mestrado em Enfermagem Médico-cirúrgica. Foram diversos os projetos desenvolvidos e diversas as áreas (gestão de cuidados, da gestão da qualidade, na prevenção e controlo de infeção associadas aos cuidados e na prestação de cuidados à pessoa em situação crítica). Por sua vez, esta investigação permitiu-me igualmente desenvolver capacidades até nunca então adquiridas. Este estudo assume-se com o desejo de interligar a formação, a prática clínica e a investigação. As competências especializadas ou de mestria do enfermeiro em médico-cirúrgica têm por pilar uma praxis sustentada na evidência científica, no conhecimento e na meditação sobre a ação, sendo o contexto forense, por vezes, menosprezado na profissão de enfermagem. Além disso, a prestação de cuidados forenses tem uma implicação legal que visa proteger a vítima - domínio comum a qualquer vertente da Enfermagem. Os Direitos Humanos aplicam-se a qualquer cidadão e é dever do enfermeiro, enquanto profissional de saúde, proporcionar proteção à Pessoa. A recolha de dados teve por base o Questionário Geral Enfermagem Forense (QGEF) de Cunha & Libório (Libório, 2012) com parecer favorável da Comissão de Ética do Instituto Politécnico de Viseu nº. 10/ SUB/ 2021 e da Ordem dos Enfermeiros cuja colaboração na divulgação decorreu de 6/05/2021 a 31/05/2021. Conclusão: A aquisição de novas competências, sejam comuns ou específicas, foi notória com repercussão imediata na prestação de cuidados no quotidiano. Averiguou-se com este estudo que existe um déficit de experts forenses colocando em risco procedimentos que necessariamente requerem ser minuciosos e, por consequência, direitos médico-legais da vítima. A melhoria da prestação de cuidados de enfermagem forense às vítimas, agressores ou suspeitos poderá atingir-se com a adoção de conteúdos forenses nos programas curriculares académicos, treino e a formação de equipas especializadas. Palavras-chave: Enfermeiro; Enfermagem Médico-Cirúrgica; Cuidados Intensivos; Serviço de Urgência; Conhecimento; Enfermagem forense; Práticas.