A Dieta Mediterrânica (DM) é um padrão alimentar amplamente reconhecido pelos seus benefícios para asaúde e qualidade de vida. Foi estudado pela primeira vez em meados do século XX por Ancel Keys, queobservou que as populações do Mediterrâneo tinham taxas mais baixas de doenças cardiovasculares e maioresperança de vida. A dieta mediterrânica caracteriza-se essencialmente pelo elevado consumo de alimentosvegetais de elevada qualidade.Em geral, o consumo desta dieta está associado a uma menor incidência de Doenças Não Transmissíveis(DNT). Estas doenças não são transmitidas por infecção ou por outras pessoas, mas são normalmentecausadas por comportamentos prejudiciais. As DNT típicas incluem doenças cardíacas, cancro e doençasrespiratórias crónicas.Além dos benefícios clínicos, existem também benefícios ecológicos. Esta dieta reduz o desperdício dealimentos, bem como a poluição resultante da agricultura. Atualmente, o desperdício alimentar é um dosmaiores problemas a nível mundial, e a tendência é de aumento ao longo dos anos, resultante da combinaçãoentre produção industrial ineficiente e crescimento populacional. Há uma necessidade urgente de encontrarestratégias mais sustentáveis para monitorizar este fenómeno.Muitos estudos revelaram que a DM tem um impacto ambiental menor do que outros padrões alimentares.Isto deve-se principalmente ao facto de ser uma dieta baseada em vegetais, com baixo consumo de produtosde origem animal, o que resulta em menor desperdício hídrico e em menores emissões de gases de efeitoestufa em comparação com outros padrões alimentares. A adoção da DM conduz a uma redução acentuadaem todos os padrões de pegada ambiental. Outro aspecto relevante é que a DM está associada a um menordesperdício de alimentos. Além disso, é possível observar que na Europa, as regiões mais distantes da dietamediterrânica são as que mais contribuem para o desperdício alimentar.