Este editorial aborda a consolidação da Prática Baseada em Evidências (PBE) na Fonoaudiologia, destacando suas origens na Medicina Baseada em Evidências e sua evolução como imperativo metodológico e ético para os profissionais da saúde. A PBE se sustenta em três pilares: a experiência clínica, as melhores evidências externas e internas disponíveis e as perspectivas do paciente. O texto enfatiza a necessidade de incorporar a PBE à formação acadêmica, estimulando o desenvolvimento de habilidades para a busca, análise crítica e aplicação dos resultados de pesquisas na tomada de decisão clínica. Argumenta que as revisões sistemáticas e metanálises constituem ferramentas essenciais para a síntese de evidências de alta qualidade e para a orientação de práticas clínicas efetivas e custo-efetivas. Ressalta a importância do registro prévio de protocolos em plataformas como o PROSPERO e a ReBEC, assegurando transparência, reprodutibilidade e alinhamento aos princípios da ciência aberta. O editorial também critica a predominância de estudos de baixo nível de evidência, como relatos de caso, muitas vezes não aderentes às diretrizes CARE, e defende o fortalecimento dos padrões metodológicos e editoriais na pesquisa fonoaudiológica. Conclui que a consolidação de uma cultura científica pautada no rigor, na ética e na colaboração interdisciplinar, especialmente com áreas como a Epidemiologia, é fundamental para a transição de uma prática baseada predominantemente na experiência para uma atuação sustentada em evidências científicas robustas, promovendo maior qualidade, segurança e efetividade no cuidado em Fonoaudiologia.