
O câncer compreende um grande grupo de doenças caracterizadas pelo crescimento desordenado de células, que podem ser agressivas e incontroláveis. Entre as mulheres, o câncer de mama é um dos principais problemas de saúde, devido à sua alta taxa de mortalidade e morbidade. Fatores como a alimentação, desempenham papéis importantes na carcinogênese mamária e no desenvolvimento da doença. Estudos demonstram que a ingestão de micronutrientes dietéticos envolvidos na via do metabolismo de um-carbono, sendo eles o folato, as vitaminas B2, B6, B12, colina, betaÃna e metionina, influenciam o inÃcio e a progressão do câncer de mama, pois influenciam a estabilidade e expressão dos genes. Assim, esse estudo tem como objetivo investigar a associação entre o consumo de nutrientes doadores de grupos metil (NDM), sobrevida, estadiamento e oncogênese em mulheres com câncer de mama. Além disso, avaliar, por meio de uma revisão sistemática com metanálise, a relação entre a ingestão de folato e a oncogênese em mulheres com câncer de mama. O artigo 1 trata-se de um estudo observacional longitudinal com mulheres com câncer de mama em tratamento quimioterápico no Hospital do Câncer de Muriaé-MG entre dezembro de 2021 e junho de 2022. As informações sociodemográficas, clÃnicas, antropométricas, alimentares e de sobrevida foram obtidas por questionário, prontuário eletrônico e entrevistas, além da coleta de dados antropométricos. O consumo alimentar foi avaliado por dois recordatórios de 24 horas e a ingestão de NDM quantificada com base em tabelas da USDA. Foram considerados os nutrientes: folato alimentar e total, vitaminas B2, B6, B12, colina, betaÃna e metionina. O estadiamento foi classificado conforme o sistema TNM (tumor-nódulo-metástase). A sobrevida global foi mensurada a partir da data do diagnóstico até o óbito ou última consulta. As análises estatÃsticas incluÃram testes paramétricos e não paramétricos, Regressão logÃstica multinomial para o estadiamento e modelos de regressão de Cox e Kaplan-Meier para a sobrevida, com nÃvel de significância de 5%. Entre as 214 mulheres avaliadas, 19,1% foram a óbito, com mediana de sobrevida de 3 anos. A taxa de sobrevida foi de 80,8%. Mulheres com menor tempo de sobrevida (<5 anos) apresentara mmaiores consumos de folato alimentar, folato total e colina. O mesmo padrão foi observado em estadiamentos mais avançados da doença, com maiores ingestões de folato alimentar (p = 0,014) e folato total (p = 0,035). O maior consumo de folato alimentar e total associou-se a maiores chances de estadiamentos II, III e IV. Já o maior consumo de metionina esteve associado a menor chance de estadiamento II (OR = 0,6; p = 0,015). Na Regressão de Cox multivariada, fatores de proteção para a mortalidade incluÃram cirurgia, excesso de peso e maior tempo de diagnóstico, enquanto a perda de peso =10% foi fator de risco. Nenhum nutriente mostrou associação estatisticamente significativa com a sobrevida, mas houve tendência de efeito protetor para o consumo de folato alimentar, folato total, vitamina B2 e B6. Em conclusão, a análise de estadiamento revelou que maior consumo de folato alimentar e total esteve associado a estágios mais avançados da doença. Na análise de sobrevida, não houve associação estatisticamente significativa entre os NDM e o tempo até o óbito, embora tenha sido observada tendência de efeito protetor com o consumo adequado de folato, vitamina B2 e B6. Já no artigo 2, a revisão sistemática e metanálise, foi realizada busca por pares de forma cega nas bases de dados Embase, Pubmed/Medline e Web of Science. Foram incluÃdos estudos originais dos tipos coorte e caso controle que associaram o consumo ou suplementação de folato com o risco de desenvolvimento do câncer de mama. A busca resultou em 377 estudos. Após exclusão por duplicatas, leitura do tÃtulo e resumos 13 foram selecionados para leitura na Ãntegra e 11 atenderam aos critérios de elegibilidade. A maioria dos estudos (n = 8) encontrou associação direta entre o consumo de folato e a redução do risco de câncer de mama, sendo que um estudo observou uma relação em forma de U entre a ingestão dietética de folato com o risco de câncer de mama. Por outro lado, três estudos não observaram associação com o risco da doença. Ao realizar a metanálise comparando o consumo médio de folato entre grupos caso e controle, não obteve-se significância estatÃstica, indicando ausência de asso. Alguns estudos indicaram uma possÃvel associação entre o consumo de folato e o risco de câncer de mama, no entanto, a metanálise deste estudo não confirmou essa relação, apontando ausência de efeito significativo. Palavras-chave: câncer de mama; doadores de metil; metilação do DNA.
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