
O termo osteoartrite refere-se a uma doença única, na qual se verifica uma desordem articular caracterizada por estresse celular e degradação da matriz extracelular iniciados por micro e macroinjúrias, que deflagram resposta de reparo desfigurada, incluindo vias pró-inflamatórias da imunidade inata. A doença se manifesta primeiramente como um desarranjo molecular, evidenciado por metabolismo tecidual articular anormal, seguido por desestruturação anatômica e/ou fisiológica, explicitados por degradação cartilaginosa, remodelação óssea, formação osteofitária, inflamação articular e presença ou não de disfunção articular. O embasamento nessa definição mais específica, firmada pela OARSI (Osteoarthritis Research Society International), visa a uniformizar a comunicação, com estabelecimento de um consenso global, objetivando minimizar dificuldades para o desenvolvimento de terapias modificadoras de doença. A osteoartrite constitui-se na condição clínica mais prevalente do sistema articular e, embora esteja ligada ao envelhecimento, ela não deve ser considerada uma doença degenerativa, haja vista que, como já mencionado, há evidências de aumento considerável do metabolismo celular articular em resposta a uma agressão à cartilagem. Desse modo, a osteoartrite, em qualquer região/localização, deve ser entendida como uma insuficiência cartilaginosa associada a fatores genéticos, hormonais, mecânicos, ósseos e metabólicos, que acarretam degradação do tecido cartilaginoso com consequente remodelação óssea e algum grau de inflamação sinovial, podendo resultar em incapacidade funcional, piora da qualidade de vida e custos elevados ao sistema de saúde. Portanto, recomenda-se evitar a utilização dos termos “osteoartrite primária” e “osteoartrite secundária”. Salientar os aspectos atuais envolvidos na etiopatogênese do processo osteoartrítico objetiva, em última análise, aperfeiçoar a abordagem terapêutica, oferecendo, a partir das características fenotípicas, sabidamente mais acessíveis que o perfil genotípico, um tratamento personalizado. Em relação ao genótipo, definido como a composição genética de um indivíduo, tem-se verificado grande papel no aparecimento da osteoartrite, sendo relatado um risco 2 a 3 vezes maior de desenvolvimento da doença em parentes de primeiro grau, bem como a associação entre osteoartrite em diferentes topografias e determinados antígenos leucocitários humanos. No que tange aos fatores biomecânicos que predispõem à doença, destacam-se o dano ou deformidade articular prévios, obesidade e fraqueza muscular. Tais características estariam, então, mais associadas ao conceito de fenótipo, sendo este a manifestação visível ou detectável de um genótipo, em combinação com as interferências do meio ambiente, inclusive no que engloba a participação do aspecto psicoemocional.
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