A análise farmacogenética do tacrolimo e o gerenciamento da terapia medicamentosa já foram analisados isoladamente como estratégias clínicas em pacientes com transplante de rim, e estudos sobre a integração dessas duas práticas ainda são escassos. O objetivo desta pesquisa foi integrar essas ferramentas no cuidado aos pacientes com transplante de rim. Este é um estudo observacional retrospectivo com 70 pacientes, dos quais 42 estavam sendo atendidos pelo serviço de gerenciamento da terapia medicamentosa. Analisou-se o sexo, faixa etária, tempo de realização do transplante, tipo de doador e problemas relacionados a medicamentos. A frequência alélica do CYP3A5 (rs776746) foi obtida identificando os indivíduos quanto à presença do alelo funcional *1(expressores). Observou-se maior concentração plasmática de tacrolimo nos expressores, mas sem alteração na dose média desse medicamento entre os grupos. Em relação à frequência de problemas relacionados a medicamentos, observou-se que 11 (27,%) pacientes não apresentaram nenhum, 19 (47,5%) apresentaram apenas um, e 5 (12,5%), dois ou três. A integração da farmacogenética do tacrolimo é uma ferramenta útil e complementar aos resultados obtidos com o gerenciamento da terapia medicamentosa, pois as alterações significativas na concentração plasmática desse medicamento nos expressores pode sinalizar à equipe multiprofissional uma necessidade de mais atenção no monitoramento desses pacientes, a fim de se evitar problemas de efetividade, segurança e conveniência. Ademais, a identificação de outros problemas de saúde do paciente faz com que o gerenciamento da terapia medicamentosa seja necessário para garantir o uso de medicamentos apropriado, efetivo e seguro.