O objetivo deste trabalho foi avaliar a pesca artesanal no núcleo de pescadores do Bairro da Ponte, reservatório de Jurumirim. Os dados foram coletados utilizando-se formulários de produção preenchidos diariamente por um coletor de dados nos anos de 2005 e 2006. A produtividade pesqueira foi estimada em 15,7 kg ha-1 ano-1, o rendimento médio foi de 12,5 t ano-1 e captura por unidade de esforço (CPUE) foi de 10,5 kg pescador-1 dia-1. Foram registradas 26 espécies de peixes desembarcadas nesta atividade, sendo a traí­­ra (Hoplias malabaricus) o pescado mais desembarcado em termos de biomassa, com 6.158,5 kg representando 24,5% do total desembarcado. Sazonalmente, a CPUE variou entre 14,5 kg pescador-1 dia-1 no verão/2005 e 9,0 kg pescador-1 dia-1 na primavera/2006. O valor médio da CPUE por tipo de pescado também mostrou uma marcante sazonalidade. No verão de 2005 e 2006, o curimbatá foi o pescado mais desembarcado, com CPUE de 6,9 e 6,2 kg pescador-1 dia-1, respectivamente. As piavas foram as mais desembarcadas no outono, com CPUE de 2,4 (ano de 2005) e 2,3 (ano de 2006) kg pescador-1 dia-1, e a traí­­ra, no inverno, com CPUE variando de 3,0 a 4,0 kg pescador-1 dia-1, em 2005 e 2006, respectivamente. A modelagem matemática de regressão linear simples indicou relações positivas entre a produção mensal de pescado e o número de barcos em atividade e de viagens. O trabalho permitiu concluir que a pesca é sustentada apenas por espécies nativas, com marcante sazonalidade na captura de pescado, e que a área de pesca analisada do reservatório de Jurumirim está entre as mais produtivas da bacia do Alto Paraná.